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De Mãe pra Filho.

Nos últimos seis meses que minha mãe teve de vida eu tive o privilégio de conversar muito com ela. Conversas profundas e longas. Dentre essas conversas um dos assuntos que falamos e que guardo com carinho foi sobre a ida dela para o Butão, num congresso sobre a felicidade e sobre como ser #feliz impacta na vida das pessoas. Minha mãe dizia que o mundo estava doente, tanto física quanto psicologicamente.

Nesse mundão tão preocupado com quantidade, nada mais natural do que o índice de desenvolvimento ser baseado em critérios quantitativos e estatísticas econômicas, como o PIB, IDH, etc. Esses indicadores podem até determinar o nível de desenvolvimento de um país, mas uma coisa eles deixam de considerar: a felicidade de sua população. Para isso existe o FIB. Você já ouviu falar? O FIB não trata somente de mensurar os aspectos quantitativos, mas também os qualitativos da população, como aspectos culturais, psicológicos, ambientais e espirituais do país (nesse caso o Butão).

Faria muito mais sentido que o governador de uma nação se importasse com o bem-estar de sua população a partir de um ponto de vista não só econômico, mas também emocional. Isso porque a felicidade de um indivíduo tem a capacidade de afetar quem está a sua volta. Emoções positivas como esta ajudam a nos conectar com os outros e a construir nossa capacidade de lidar com quando as coisas dão errado.

Quando estamos felizes, tudo ao redor tende a ser melhor, por exemplo nosso relacionamento com amigos, familiares, colegas e até estranhos nas ruas, até a qualidade dos relacionamentos melhora, afastando sentimentos de solidão e isolamento (olha aí a chance de desencalhar aquele seu primo ranzinza). Em suma, quando você está feliz, você emana felicidade e consequentemente os outros ao seu redor são mais propensos a serem felizes também, no final das contas é de interesse de todos que a população acumule mais felicidade e não só riquezas.

Assim como o líder de uma nação deve estar preocupado com o bem-estar de sua população, s líderes das empresas também deveriam se importar que seus colaboradores tenham a melhor experiência de trabalho possível, proporcionando uma melhor qualidade de vida e seu sentimento de felicidade. Fazendo isso é possível que todas as partes envolvidas em um projeto saiam satisfeitas – tanto os realizadores quanto seus clientes. É um efeito cascata.

O problema é que construir um ambiente de trabalho que agrade a todos é praticamente impossível, afinal nada é perfeito e não é só de flores que vivemos. Também não são todas as pessoas que produzem mais e melhor em uma jornada tradicional de trabalho, passando 8 horas (ou mais) diárias, de segunda a sexta-feira, em uma mesinha de um escritório, gastando tempo e energia preciosos para ir e voltar deste local. De fato, uma rotina nesses moldes, pode-se dizer, virou sinônimo de infelicidade, stress, frustração e angústia, responsável por tantas pessoas ao redor do mundo batalharem contra a depressão e buscarem um estilo de vida diferente.

Em especial, na nossa área, o processo de #trabalho criativo precisa de uma maior liberdade para ser realizado na hora e no lugar mais adequados para cada um, mesmo que isso signifique trabalhar deitado em uma rede, em uma casa de campo, às 2 da manhã de um sábado. É importante encontrar a hora e o lugar que forneçam tranquilidade, leveza e inspiração necessários para fazer nascer uma excelente criação, com calma, dando tempo ao tempo. Já existem estudos apontando que uma maior flexibilidade de horários e localidade para trabalhar proporciona um sentimento de gratificação maior nos profissionais e, portanto, maiores níveis de felicidade e produtividade do que em pessoas que trabalham em sistemas rígidos e tradicionais de escritório. Ter mais controle sobre sua rotina de trabalho, com bastante autonomia, permite que esses profissionais também se tornem mais inovadores nas suas criações.

Aqui, estamos muito cientes da pluralidade de maneiras que nossos parceiros preferem produzir e o quanto a felicidade destes tem influência no resultado final dos seus projetos. Afinal, uma organização é constituída essencialmente de pessoas em busca de um mesmo objetivo, sendo que a melhor forma de se alcançá-lo é potencializando a capacidade de todos estarem felizes enquanto realizam seu trabalho.

Acreditamos que trabalho e folga podem e devem coexistir de forma harmoniosa e não em conflito, dando mais sentido e felicidade à vida de todo mundo. Um modelo de negócio dentro de nossa organização onde as pessoas não vivam lamentando que precisam voltar ao serviço depois de um final de semana de descanso, e que possam desfrutar de todos os momentos de suas vidas, inclusive trabalhando seria o ideal.

#Felicidade vem em vários modelos e tamanhos e acima de tudo ter a preocupação de respeitar a individualidade de seus colaboradores, proporcionando um sistema de trabalho que permita cada um a produzir dentro de seus termos, com a visão de atingir os melhores resultados. Dessa maneira, é possível chegar não só a um alto nível de produtividade enquanto se mantém a qualidade de vida dos nossos parceiros, mas também a satisfação dos clientes com o produto final é garantida.

No fim, em meio essa conversa feliz minha mãe me olhou e falou:
“- Pense se você quer continuar com essa vida que você leva… Você precisa ser feliz. Eu trabalhei mais de 30 anos na mesma empresa, e hoje estou aqui, numa cama de hospital. Pense se é isso que você quer para sua vida.”

Depois disso tudo, tomei a decisão de nunca mais trabalhar em uma agência de #propaganda.

Obrigado #mãe,

Beduíno Fantasma
19/mar/2019 – Faltam 287 para acabar o ano.
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(photo: Uchral Sanjaadorj)

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